
É comum
nesse dia a intensa visitação aos túmulos. E se observam cenas interessantes.
Existem os que se sentam sobre os túmulos dos seus amados, e ali passam o dia.
Para
lhes fazer companhia. Como se, em verdade, eles ali estivessem encerrados.
Outros
lhes levam comidas e bebidas. Para que se alimentem. Como se o Espírito disso
necessitasse.
Outros
ainda gastam verdadeiras fortunas em flores raras e ornamentações vistosas.
Decoram o túmulo como se devesse ser a morada do seu afeto.
Tais
procedimentos podem condicionar o Espírito, se não for de categoria lúcida,
consciente, mantendo-o ligado aos seus despojos, ao seu túmulo.
Como
cristãos, aprendemos com Jesus que a morte não existe. Assim, nossos mortos não
estão mortos, nem dormem.
Cumprem
tarefas e distendem mãos auxiliadoras aos que permanecem no casulo carnal.
Prosseguem
no seu autoaprimoramento, construindo e reformulando o mundo íntimo, na
disciplina das emoções.
E
continuam a nos amar.
A
mudança de estado vibratório não os furta aos sentimentos doces, cultivados na
etapa terrena.
São
pais e mães queridas, arrebatados pelo inesperado da desencarnação. Filhos,
irmãos, esposos - seres amados.
O vazio
da saudade alugou as dependências de nosso coração e a angústia transferiu
residência para as vizinhanças de nossa alma.
É hora
de nos curvarmos à majestade da Lei Divina e orarmos. A prece é perfume de flor
que se eleva e funde abraços e beijos, a saudade e o amor.
Para os
nossos afetos que partiram para o Mundo Espiritual, a melhor conduta é a
lembrança das suas virtudes, dos seus atos bons, dos momentos de alegria juntos
vividos.
A prece
que lhes refrigera a alma e lhes fala dos nossos sentimentos.
Não há
necessidade de se ter dinheiro para honrar com fervor cristão os nossos mortos.
Nem absoluta necessidade de nossas presenças ao lado das suas tumbas. Eles não
estão lá.
Espíritos
libertos, vivem no Mundo Espiritual tanto quanto estão ao nosso lado, muitas
vezes, nos dizendo da sua igual saudade e de seu amor.
Se
desejas honrar teus mortos, transforma em pães e peças de vestuário para
crianças e gestantes pobres as quantias amoedadas que gastarias na ornamentação
dos túmulos e em flores exuberantes.
Oferta-as
em nome e por teus amados.
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita,
v. 13, ed. Fep