Segundo a lenda teria existido há
muito tempo um grande continente, chamado Atlântida ou Atlantis. Situava-se no
meio do Oceano Atlântico, frente às Portas de Hércules. Essas portas erguiam-se
no local onde hoje está o Estreito de Gibraltar, fechando por completo o Mar
Mediterrânio
Atlântida teria sido um paraíso, uma
lendária ilha cuja primeira menção conhecida remonta a Platão nas suas obras "Timeu ou a
Natureza" e "Crítias ou a Atlântida". Na ilha havia grandes e
pequenas cidades com exóticas paisagens, clima agradável e belas florestas ao
lado de extensas e férteis planícies onde os fortes animais eram dóceis.
Os atlantes eram senhores de uma
civilização muito avançada. Tinham palácios e templos cobertos de ouro e outros
metais preciosos, que destacavam-se numa paisagem onde o campo e a cidade
conviviam em harmonia. Jardins, fontes, ginásios, estádios, estradas, aquedutos
e pontes eram mantidos à disposição de todos. Desta abundância nasceram e
prosperaram as artes e as ciências com muitos artistas, músicos e grandes
sábios.
Mas não viviam
completamente tranquilos, pois não estavam sozinhos no mundo. Apesar de cultivarem
a paz e a harmonia, nunca deixaram de praticar as artes da guerra já que vários
povos, movidos pela inveja, cobiçavam a sua riqueza e tentavam conquistar a
ilha. As vitórias obtidas contra os invasores foram tão grandiosas que logo
despertou o orgulho e a ambição de passar ao contra-ataque.
Já não pensavam apenas em defender-se,
mas em aumentar o território de Atlântida. Assim o poderoso exército Atlante
preparou-se para a guerra. Aos poucos, foram conquistando grande parte do mundo
conhecido, dominando vários povos e várias ilhas em seu redor, como também uma
grande parte da Europa Atlântica e parte do Norte de África. Os seus corações,
até então puros, foram endurecendo como as suas armas.
Enquanto se perdia a inocência nascia
o orgulho, a vaidade, o luxo desnecessário, a corrupção e o desrespeito com os
deuses. Poseidon, o deus dos mares, convocou os outros deuses para julgar os
atlantes e decidiu aplicar-lhes um castigo exemplar. Como consequência vieram
terríveis desastres naturais.
As terras da Atlântida estremeceram
violentamente. O dia fez-se noite e em seguida surgiu o fogo queimando as
florestas e campos de cultivo. O mar inundou a terra de Atlântida com ondas
gigantes, engolindo aldeias e cidades. Em pouco tempo, junto com o seu excessivo orgulho, vaidade e
desmedida ambição, a Atlântida desapareceu para sempre...
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Orgulho, vaidade, ostentação, soberba,
arrogância, inveja e egoísmo são sete irmãos que convivem connosco. Eles agem
como nossos amigos e são necessários para nutrir e fortalecer o nosso amor-próprio ou autoestima.
Porém, se os deixamos crescer demais, eles juntam-se podendo tornar-se os nossos piores
inimigos.
ORGULHO é um sentimento de satisfação pela
realização de algo, um elevado sentimento de dignidade pessoal que pode ser empregue tanto de forma positiva ou
negativa. Ter orgulho dos próprios feitos é ser justo consigo mesmo,
reconhecendo as suas próprias
capacidades. É uma forma de elogiar a si mesmo prestando justa homenagem aos
seus esforços. Quem nunca olhou para algo que tenha feito e dito: Nem acredito
que fui eu que fiz!
Ter orgulho de si mesmo, admirar-se
por um feito ou modo correto de ser é um sentimento positivo diante de
conquistas que proporcionam alegria compartilhada com os outros. É uma manifestação
de autoestima. Porém o orgulho em excesso pode tornar-se negativo, levando a
superestimar-se acreditando ser melhor, mais importante ou com grandes
capacidades, embora não seja verdade. É aí que o orgulho se transforma na
SOBERBA negativa.
SOBERBA é um sentimento positivo que nos faz
esforçar para vencer no mundo competitivo. É a soberba que nos leva a superar
limitações e sermos mais competentes. O termo provém do latim Superbia, ou
seja, ser melhor, superior, mais alto, mais destacado. Prémios e troféus
são dados aos soberbos, ou seja, aos melhores. Porém a soberba pode tornar-se
destrutiva quando se manifesta no racismo, no elitismo, nos preconceitos
ideológicos ou religiosos que só servem para gerar graves conflitos e
hostilidades (agressões, disputas).
Algumas vezes a soberba negativa
pode-se manifestar no excesso de humildade focada na inferioridade: se não pode
se destacar sendo o melhor tenta se depreciar excessivamente diante dos outros
para poder ouvir elogios e destaque de qualidades que não tem. O soberbo
negativo tende a exibir-se a qualquer preço e desconhece a humildade para
reconhecer a realização dos outros. Enamorado da própria existência, deseja
despertar inveja e admiração nos outros para superar sua falta de autoestima.
Quando é superado pelos outros, deixa-se dominar pela INVEJA depreciativa
(humilhante).
A
INVEJA não é um sentimento ruim; ruim são as manifestações pejorativas e
depreciativas que dela provêm. Querer ter poder, riqueza e status igual ao dos
outros não é negativo, é uma reação natural do ser humano. Se isso serve como
fator de motivação para o esforço de obter as mesmas coisas, aí a inveja é
positiva.
Inveja originária do latim Invidere
que significa "não ver". Se há tristeza perante ao que o outro seja
ou tem, se há o desejo de querer retirar algo dos outros, isso é cobiça.
Cobiçar algo do próximo é sentir-se frustrado por não possuir atributos,
qualidades e valor tanto quanto outros sentindo-se incapaz de alcançá-la seja
por incompetência, limitação física ou intelectual. A inveja torna-se negativa
quando a única intenção é alimentar a VAIDADE negativa.
VAIDADE
não é pecado, desde
que seja positiva. Pessoas vaidosas cuidam de si, de suas coisas e de outras
pessoas. É a vaidade que evita que nos deixemos deteriorar. Porém a vaidade em
excesso desperta a necessidade exagerada de cuidados, muitas vezes
desrespeitando os próprios limites e submetendo-se a procedimentos e situações
apenas para exibir-se. O vaidoso em excesso tem necessidade de se expor
precisando receber aplausos de bajuladores (lambe-botas), ainda que não sejam
honestos. Com tantas bajulações, acaba tornando-se vítima da própria
ARROGÂNCIA.
A
ARROGÂNCIA muitas vezes é confundida com a coragem de assumir as
próprias opiniões. Ter personalidade é reconhecer os próprios méritos e ideias,
desde que se disponha a ouvir a opinião e ideias dos outros. É comum aos
arrogantes negativos recusar a aprender algo porque julga que sabe tudo e que
suas ideias são melhores. E mesmo que não saiba, finge que sabe. A arrogância é
na verdade um excesso de vaidade que impede de reconhecer a sabedoria dos
demais. E, por concentrar em si mesmo, deixa-se dominar pelo EGOÍSMO.
O
EGOÍSMO tende a ser considerado pejorativo (depreciativo), mas na
verdade ele é necessário para que cuidemos melhor de nós mesmos, que façamos as
coisas primeiro para nós mesmos e assim podermos cuidar dos outros. O egoísmo
utilizado de forma positiva chama-se autoestima; quem não ama primeiro a si
mesmo não é capaz de amar verdadeiramente o outro.
O egoísta negativo concentra-se apenas
em si mesmo. Recusa-se a compartilhar o que tem e ainda cobiça e deseja o que é
dos outros. O egoísta negativo sofre com a
sua ganância, pois é um eterno insatisfeito que busca ter tudo, talvez para
encobrir alguma deficiência que considera insuperável, podendo faltar- lhe
AUTOESTIMA
A
AUTOESTIMA está relacionada com a
nossa capacidade de sentir a vida, tendo a perceção de que somos merecedores do
que nos faz bem, nos alegra e nos dá conforto. É reconhecer e respeitar as
nossas necessidades e desejos desfrutando dos resultados dos nossos esforços. É
ter autoconhecimento e autoconfiança, enfrentando os problemas e obstáculos que
possam interferir na nossa
felicidade.
A autoestima é um sentimento positivo,
mas se não temos consciência e domínio ela tornar-se-á
destrutiva. Tanto o excesso quanto a falta de autoestima é prejudicial. O
excesso de autoestima pode resultar no egoísmo negativo, na ganância de querer
tudo somente para si não se importando com os outros, numa tentativa de superar
a falta de autoestima.
A
autoestima fortalece, dá energia e motivação. Quanto mais elevamos a nossa
autoestima, mais queremos crescer, não necessariamente no sentido profissional
ou financeiro, mas dentro daquilo que esperamos viver durante a nossa vida.
Quanto mais baixa é a nossa autoestima, menos desejamos fazer e é provável que
menos ou pouco possamos realizar. Isso está diretamente relacionado com a
AUTOSEGURANÇA.
A INSEGURANÇA manifesta-se na
dificuldade para enfrentar os problemas da vida por não confiar na própria
capacidade ou pelo medo de expor as
suas ideias, vontades e necessidades. Pessoas inseguras, em geral têm baixa
autoestima, não se respeitam a si mesmas, desvalorizam-se, não se sentindo merecedoras de amor e respeito
por parte dos outros e não se achando merecedoras
do direito à felicidade.
Pessoas com autoestima saudável não se
envergonham das suas deficiências,
limitações e dificuldades. Não têm dificuldade em pedir perdão, pois sabem
reconhecer os seus erros e culpas. É mais provável encontrarmos simpatia e
compaixão em pessoas com autoestima elevada do que naquelas com baixa
autoestima, pois o nosso relacionamento com o mundo tende a espelhar e refletir
o relacionamento que temos connosco.
A autoestima saudável produz
sentimentos leves e gostosos, alegria, tolerância e paciência com os outros.
Também nos dá a capacidade de utilizarmos a nossa inteligência para nos
responsabilizarmos pelos nossos
sentimentos; isso chama-se Inteligência emocional. Não são os factos ou as
atitudes dos outros que nos incomodam; o que nos incomoda são os nossos
sentimentos em relação a eles.
Quando aprendemos a ter inteligência
emocional a nossa atenção volta- se apenas para o que é importante. Não nos
desgastamos com coisinhas pequenas. Não insistimos numa discussão. Reconhecemos
os nossos erros e admitimos as nossas falhas, porque consideramos que o mais
importante é a harmonia, bem estar e paz. Não estragamos um dia com caprichos
infantis e inúteis.
Desistimos de tratar as coisas de forma
radical e tornamo-nos mais flexíveis, não para conceder privilégio aos outros
mas sobretudo pelo bem que desejamos fazer a nós mesmos. Quando descobrimos que
a vida é efémera (passageira) e pode acabar num segundo, os nossos sentimentos
ganham novos valores. Prestamos mais atenção em nós mesmos, percebemos e
filtramos os nossos pensamentos. Podemos mudar a nossa vida mudando a qualidade
dos nossos pensamentos, mas para isso precisamos de HUMILDADE.
HUMILDADE vem do latim Humus, que significa
filhos da terra. Refere-se à qualidade de nos considerarmos iguais, nem
superior e nem inferior aos outros. A humildade é uma virtude que dá o
sentimento exato ao nosso bom senso, de utilizarmos de cordialidade,
honestidade, respeito e simplicidade com as outras pessoas. Quem é humilde não
se vangloria do que tem ou do que faz, mas também não pode ser confundida com
modéstia que pode ser traduzida como uma depreciação de si mesmo ou falta de
ambição.
A ambição excessiva prejudica, mas
dentro dos limites éticos e morais ela torna-se positiva. Pessoas positivamente
ambiciosas buscam conhecimento e autoconhecimento, são motivadas, persistentes
e mantêm uma autoestima elevada que se manifesta num egoísmo saudável,
desejando obter o melhor para si, para os outros e para o mundo. Elas agem
com integridade e sabem que, para atingir os seus objetivos, não precisam
roubar, mentir e nem passar por cima de outros.
Vídeos:
A Cidade Perdida de Atlântida
http://youtu.be/HLeLpcf47s0
Dr. Mistério: A Descoberta de Atlântida
http://youtu.be/-L7ANaHAMOo