sábado, 18 de abril de 2015
terça-feira, 14 de abril de 2015
A ORIGEM DOS PROVÉRBIOS
A
ORIGEM DOS PROVÉRBIOS
Uma mão lava a outra
Nas terras do Noroeste era hábito os
grandes senhores latifundiários terem amantes. E amantes significavam encargos
extra: todas tinham a sua casa e os seus empregados.
Como
a confiança neste tipo de relação era mínima, os senhores contratavam sempre um
homem para lhes vigiarem as amantes e para travá-las no intuito de cometerem
traições. Esse empregado era conhecido na gíria como «mamão», porque não fazia
grande coisa e ainda “mamava” um belo salário. Era assim normal dizer que «o
mamão trava a outra». Daí derivou para o nosso conhecido ditado.
António Joaquim era conhecido por
todos como “O Trocas”. A explicação era fácil: o Tó trocava-se e trocava tudo.
Colocava as cuecas no congelador e as costeletas no tanque; gritava «golo»
quando o seu Benfica sofria um remate certeiro; parava com a sua Casal Boss no
semáforo quando estava verde e arrancava quando estava vermelho, e, por aí,
fora.
Mas “O Trocas” não se trocava só nas ações,
e fazia o mesmo a escrever e a falar. Na escrita utilizava frases como
“Excelentíssimos senhoras”, “uma dia” e “um vassoura”. Já a falar, da sua boca
ouviam-se pérolas como «até amanhã se a Deus quiser», «se amanhã não chover faz
uma linda dia», «o que está feito, feita está», e, a sua frase preferida, «cão
calada não morde porque está de boca fechada».
Esta última frase pegou e entrou nos
ouvidos de todos os que rodeavam “O Trocas”, e que por sua vez gozavam com ele
gritando-lhe «cão calada não morde». Daqui evoluiu até que chegou aos nossos
dias como o conhecido ditado.
Joaquim Almeida não era um homem feio.
Não cheirava mal, não se vestia de forma desconcertante, fazia a barba todos os
dias e o seu cabelo era sempre cortado na perfeição. No entanto, do seu tom de
pele e do local de nascimento não podia fugir. Não que se envergonhasse da sua
cor um pouco mais escura que o normal e de ter nascido no Congo, país onde os
seus pais trabalhavam aquando da sua vinda ao mundo. Se ele não se envergonhava
disso, o pior era mesmo a alcunha que tinha pela aldeia, e para a qual muito
contribuíam os dois fatores anteriores e o facto de, devido a uma má nutrição
na sua infância, ser um pouco mais baixo que o normal. Joaquim Almeida era
conhecido como o “Conguito”.
Na aldeia a vida corria sempre pelo
melhor, até que um dia tudo mudou, ou melhor, mudaram os hábitos alimentares
que, por sua vez, alteraram a vivência normal.
O senhor Li Xi Xi, nascido e criado em
Xangai, emigrou bastante cedo para Portugal. No entanto, essa viagem custou-lhe
os olhos da cara, mais propriamente o olho direito, arrancado pela Máfia
Chinesa por incumprimento das obrigações para com eles. Fugindo a esse perigo,
o senhor Li Xi Xi viajou pelo interior do país, tendo ido parar à aldeia do
nosso Conguito.
Chegado
à aldeia, onde foi bastante bem recebido, o senhor Xi Xi resolveu a certa
altura organizar jantares para todos os habitantes, influência do seu primeiro
emprego como cozinheiro num restaurante chinês. E o prato que mais aceitação
tinha por parte dos aldeões era o cão no forno com soja. Todos os habitantes
adoraram o prato. Depois de alguma renitência para com o facto de estarem a
comer cão, lá perderam os preconceitos e foram pedir a receita ao senhor Xi Xi.
O
resultado foi o que se esperava: todos os cães foram comidos com prazer. Todos,
com exceção de alguns…
Forçados
a arranjar outras formas de alimentação, os aldeões viraram-se para a caça à
raposa que, diziam, tinha um sabor maravilhosamente idêntico ao do cão.
O Conguito, por seu lado, não concebia
a ideia de se alimentar com canídeos. Além disso, a fome que tinha passado na
infância tornava-o resistente aos prazeres da gula. O Bóbi, o Jóli, o Sinupi, o
Pantufa e o Quinzinho, os cães sobreviventes, eram assim cobiçados por todos os
aldeões que, a caminho da floresta para caçar, paravam na casa do Conguito a
babar por aqueles repastos canídeos que ali estavam tão perto e, no entanto,
tão longe do prato.
Cada
vez que um aldeão, de caçadeira ao ombro, parava frente à casa, o Conguito saia
prontamente para meter conversa e, por outro lado, para evitar males maiores. A
meio da conversa surgia sempre o mesmo lamento por parte do caçador: «ai pá,
quem não tem cão caça, Conguito». Daí o nome de “Conguito” foi derivando para
“com gato” e chegou aos nossos dias como o ditado que todos conhecemos.
Joaquina Madureira era uma mulher de
sangue quente e pelo na venta. Mas, ao que parece, isso não era suficiente para
o seu marido, que a enganava constantemente com as mulheres da aldeia. Como as
verdades vêm ao de cima, Joaquina acabava sempre por descobrir as infidelidades
do marido. E isso resultava em acesas discussões que eram acompanhadas, qual
relato futebolístico, por todos os vizinhos. Estes chegavam até a convidar os
familiares para assistir a mais um desafio “Joaquina versus Marido”.
Entre
os muitos impropérios largados a altos berros nessas discussões, e entre o meio
de muitos «porquê» soltos em jeito de intimidante interrogação, a frase que
mais vezes se ouvia da boca de Joaquina era «a da vaca da vizinha é melhor do
que a minha, é?». Com o passar dos tempos, tal frase tornou-se uma piada
popular mas perdendo o carácter interrogativo.
Até que um dia uma estranha doença
aniquilou todas as vacas da aldeia, sobrando apenas 3 bois, um bezerro e as
galinhas. Os populares a partir desse dia, e tal era o trauma, não conseguiam
proferir a palavra “vaca”, porque se o fizessem desatavam num pranto,
recordando com saudade as suas mimosas que tanto leite lhes tinha dado. Perante
esta impossibilidade, e uma vez que todas as galinhas estavam de perfeita
saúde, o dito popular passou a referir os galináceos em vez das vacas. E assim
chegou aos nossos dias.
Maria Odete foi emigrante em França.
Ao fim de 23 anos viu-se forçada a regressar a Portugal. Tudo porque um dia,
quando terminado o turno como empregada de limpeza, foi atacada num beco escuro
por um pastor alemão. Maria, mulher de fartas nádega, foi seriamente mordida no
traseiro, o que lhe desfigurou o “bum-bum” e alterou a forma de andar. Depois
de recuperada, decidiu voltar à terra onde nasceu. O seu andar ligeiramente
coxo e a desfiguração “nadegal”, visível mesmo sob a roupa, valeu-lhe a alcunha
de “Tranca Torta”. Como grande parte dos emigrantes, construiu na sua vila uma
enorme vivenda, carregada de mau gosto. Se foi bastante o dinheiro gasto na
construção, nenhum foi empregue em medidas de segurança. Nem sequer tinha um
cãozito a proteger a casa, algo que se compreende pela sua má experiência com
os canídeos.
Assim,
e como a Maria “Tranca Torta” não aprendia com os erros, a sua casa era
assaltada com uma regularidade anual. Nos cafés da vila, por altura do
acontecimento que era o assalto, ouvia-se sempre a mesma frase: «Uma casa foi
roubada. A da Tranca Torta». Daí derivou para o conhecido ditado.
Os abades do mosteiro de Santa Bárbara
tinham realizado votos de silêncio, com uma exceção: só podiam emitir as
palavras da divindade que dava nome à sua ordem, ou seja, «Santa Bárbara».
Outra particularidade, era o facto da sua dieta ser bastante simples,
constituída apenas por feijão com arroz ao pequeno-almoço, almoço, lanche e
jantar. Tal facto aumentava os índices de flatulência a níveis irrespiráveis.
Com tal dieta, a tarde era "perfumada" com uma sucessão de traques
por toda a abadia. A isto juntavam-se os gritos de «Santa Bárbara», como que
dizendo «Irmão Albertino, que cheiro é esse que emanas do teu corpo? Irra!
Parece que o Demo (Diabo) morreu dentro de ti».
Na
localidade próxima de Santa Teresinha de Baixo, os habitantes já se tinham
habituado aos barulhos que surgiam sempre a seguir ao almoço. Além de escutarem
os gritos de «Santa Bárbara», ouviam o "ribombar dos tambores" do que
eles julgavam ser uma trovoada. Até que um habitante proferiu as sábias
palavras de «aqueles só se lembram de Santa Bárbara, quando troveja». Vem daí o
provérbio.
Em casa de ferreiro, espeto de pau
O Zé Ferreira tinha uma tasca em
Cucujães de Cima, mas isso era só fachada. Na realidade, o estabelecimento
escondia o bordel mais conhecido da zona. Quando os "clientes"
encontravam na rua uma "empregada" diziam-lhe sempre «em casa do
Ferreira, espeto-te o pau». Daí, chegou aos nossos dias como «em casa de
ferreiro, espeto de pau».
Idalina
Pita
A Origem das
Expressões
Corredor
Polonês
Corredor
polonês é
uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada
por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra,
com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz
referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polónia ao fim da
Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O
Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do
resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável
entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os polacos circulassem livremente em
território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polónia ao Mar Báltico.
Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao
território polaco. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros
atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polónia,
os polacos foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois
lados do Corredor e atiravam contra os que estavam no meio.
Voto de Minerna
A expressão tem sua origem em uma história pertencente à mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Troia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício aos deuses para conseguir a vitória do exército grego contra os troianos. A sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, assassinou-o. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. Orestes obedeceu, mas o seu crime também teria que ser vingado. Em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. A decisão, tomada por 12 cidadãos, terminou empatada. Chamada pelos gregos de Atenas (Minerva era o seu nome romano), a deusa da sabedoria proferiu o seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão Voto de Minerva (também conhecida como "voto de desempate" ou "voto de qualidade").
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A
expressão vem do inglês honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens
recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou
hidromel, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O
mel era considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida
deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período
passou a ser chamado de “lua de mel”.
A expressão "casa da mãe
Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde toda a gente pode entrar,
mandar, uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal
casa viveu no século XIV. Joana era condessa da Provença e rainha de Nápoles
(Itália). Teve a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os
bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia:
"o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". "Casa da
mãe Joana" virou sinónimo de prostíbulo (bordel), lugar onde impera a
bagunça.
A origem mais aceite para a expressão
está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século XIX. Eles
costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e
enxadas, além de animais, como vacas e porcos. Uma ferramenta poderia indicar
uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. Ao contrário,
chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma pessoa vai a
uma festa, mandam, os bons modos, que leve um presente. Se não o faz, diz-se
que “chegou com as mãos abanando”.
A história mais aceitável para
explicar a origem da expressão é proveniente das tradições hebraicas, onde os
bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados.
Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que o seu filho
menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso,
a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua
vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra”
significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Farinha do mesmo saco
"Homines sunt ejusdem
farinae" (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa
expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora
(comparação) faz referência ao facto de a farinha de boa qualidade ser posta em
sacos separados, para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim,
utilizar a expressão "farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons
andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.
A expressão teve origem nas cenas de
pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e
chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as
pessoas ficavam com dores nos cotovelos. Atualmente, é muito comum utilizar
essa expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada
por uma deceção amorosa.
Quando a fotografia foi inventada, a
impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos nossos dias.
Na metade do século XIX, os fotografados tinham de permanecer parados até 15
minutos, a fim de que a sua imagem fosse impressa dentro da máquina. Fazer as
crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso,
gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos, o que chamava a
atenção dos pequenos. Assim, a expressão “Olha o passarinho” ficou conhecida
como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a foto.
Antigamente, os barbeiros eram
conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por
desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre
outros. Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos
clientes. No século XV, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal
executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas. Daí a
expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista.
Para falar que algo nunca foi usado ou
que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está "novo em
folha". A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois
de se machucar ou enfrentar uma doença, está curado. A origem dessa expressão
baseia-se em folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados, encontradas
em livros novos, recém-impressos. Assim, trata-se de livros “novos em folha”.
Esta expressão não é brasileira nem
restrita à língua portuguesa. Vários outros idiomas também utilizam-na para
designar alguém que destoa de um grupo, assim como uma ovelha da cor preta se
diferencia num rebanho de animais brancos. Na Antiguidade, os animais pretos
eram considerados maléficos e, por isso, sacrificados em oferenda aos deuses ou
para acertar certos acordos. Daí o hábito de chamar de "ovelha negra"
aqueles que se diferenciam por desagradar e chocar aos demais.
Guardar a sete chaves
No século 13, os baús eram usados para
guardar joias e documentos da corte de Portugal. Cada baú tinha quatro
fechaduras e era aberto por quatro chaves distribuídas entre funcionários do
reino. Com o tempo, os baús caíram em desuso. E algo que antes estava bem
“guardado a quatro chaves”, passou a ser “guardado a sete chaves”, devido ao
misticismo associado ao número 7. Esse misticismo originou-se nas religiões
primitivas babilônicas e egípcias, que cultuavam os sete planetas conhecidos na
época. Assim, a expressão “guardar a sete chaves” está relacionada ao ato de
guardar algo com segurança e sob sigilo absoluto.
Corrente tanto no português do Brasil
como em Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para
falar de alguma coisa descrita nos seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo
brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou
seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Na sua
origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta
ou dívida paga até à última moeda. Assim, quando queremos obter informações
precisas sobre algum facto ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo,
tintim por tintim”.
Expressão que se refere à pessoa que
se faz de boazinha, mas que não é. Nos séculos XVIII e XIV, os contrabandistas
de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos, ocas
por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para
Portugal.
Significava pessoas sem bens, sem
posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde os grãos ficam ao ar
livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o
vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada.
Idalina
Pita
As origens das expressões e provérbios populares
As origens das expressões e
provérbios populares
A pressa é inimiga da perfeição
Quando
comentou a rapidez com que se redigia o Código Civil Brasileiro, o jurista Rui
Barbosa usou esta expressão.
“A união faz a força” que era uma
abreviação para um texto bíblico: ”É fácil quebrar uma vara, mas é difícil quebrar um feixe de varas”.
Acabar em pizza
Uma
das expressões mais usadas no meio político é “tudo acabou em pizza”, empregada
quando algo errado é julgado sem que ninguém seja punido (castigado). O termo
surgiu no futebol. Na década de
60, alguns cartolas palmeirenses reuniram-se para resolver alguns problemas e,
depois de 14 horas seguidas de brigas e discussões, estavam com muita fome.
Assim, todos foram a uma pizzaria, tomaram muito chope e pediram 18 pizzas
grandes. Depois disso, simplesmente esqueceram o assunto, foram para casa e a
paz reinou. Depois desse episódio, Milton Peruzzi, que trabalhava no jornal
Gazeta Esportiva (Desportiva),publicou a seguinte manchete: “Crise Do Palmeiras
Termina Em Pizza”. Daí em diante, a expressão pegou.
Andar à toa
”Toa”
vem do inglês ”tow”, que é a corda usada por um barco para rebocar outro maior.
Então, quando o barco menor está rebocando o navio, os marinheiros do navio
ficam sem fazer nada. À toa é algo feito sem esforço, algo sem importância. Os
portugueses, resolveram dar um sentido figurado a esse procedimento marítimo, e
já faziam isso desde o século XVII.
Nascida
na França e originada da perseguição contra os huguenotes, que resultou na
matança conhecida como a Noite de São Bartolomeu (em 24 de agosto de 1572). A
rainha Catarina de Médicis, esposa de Henrique II (rei da França), era muito
desconfiada e uma perseguidora implacável dos huguenotes. Para poder
escutar melhor as pessoas de quem mais suspeitava, mandou fazer uma rede com
furos, nos tetos do palácio real. Foi este sistema de espionagem que deu origem
a esta expressão muito famosa. Usada para avisar alguém sobre o que vai falar,
para não se comprometer.
É
originada dos jogos de baralho, no qual num momento do jogo ”botar
as cartas na mesa” é
revelar aos outros o que se tem nas mãos, abrir o jogo.
Significa
confiar na inocência de uma pessoa. Nasceu na Idade Média. Para provar sua
inocência, o acusado deveria caminhar alguns metros, na frente de um juiz e de
testemunhas, segurando uma barra de ferro em brasa nas mãos. As mãos eram
protegidas apenas por um pedaço de estopa envolvido em cera. Três dias depois,
a estopa era retirada. Se a mão estivesse sem nenhuma marca, o acusado era
considerado inocente. Se aparecesse uma queimadura, o sujeito era enforcado.
Significa
aqueles que recuam, humilhados ou amedrontados. Seu uso é bem antigo, pois
Francisco Manuel de Melo a mencionou em Feira de Anexins, de 1666.
Quem
não pode devorar uma saborosa comida, acaba comendo apenas com os olhos.
Atualmente, ”comer com os olhos” significa ter certa inveja. Mas na
Roma Antiga, uma cerimónia religiosa consistia num banquete em honra dos deuses
em que ninguém colocava as mãos na comida. Todos participavam da refeição
apenas olhando.
Deu
origem num costume bárbaro de tempos antigos. Os olhos eram considerados muito
valiosos. Então, governantes depostos, prisioneiros de guerra e outros tipos de
inimigos, tinham os seus olhos arrancados depois de um golpe ou batalha.
Os vencedores acreditavam que desse modo, os derrotados teriam poucas chances
de se vingar porque se tornariam inofensivos.
Dar de mão beijada
Entregar
algo a alguém sem nenhum pedido de retribuição. Diante dos papas, os reis e
nobres mais ricos primeiro beijavam a mão de Sua Santidade e em seguida, faziam
as suas ofertas, entregando à Igreja terras, palácios e outros bens. O primeiro
a utilizar a expressão foi o papa Paulo IV, num documento de 1555.
Jurar
ou negar de pés juntos é dizer algo com toda convicção. Já se falava assim em
Portugal no século XVI. Os pés juntos indicam posição de sentido, demonstram
respeito e obediência.
É
quando alguma coisa está muito boa ou merece admiração. Antigamente usava-se
muito chapéu, então a expressão era mais usada. Hoje em dia está em extinção
porque ninguém mais usa chapéu. Mas a expressão ainda permanece como forma de
homenagem e de reverência. O rei francês Luís XIV criou uma espécie de manual
de etiqueta sobre o uso do chapéu na sua corte, ordenando que o chapéu só
poderia ser retirado da cabeça para saudações em ocasiões especiais. Foram os
portugueses que trouxeram esta expressão para o Brasil.
Dia
determinado para a execução de uma certa tarefa ou para o início de uma dada
operação. Teve origem na Segunda Guerra Mundial, no famoso dia em que os
Aliados se preparavam para invadir a região da Normandia, ocupada pelos
alemães. Para manter o plano em sigilo, as forças aliadas registraram apenas o
dia como D e a hora como H. E foi daí que nasceram as duas expressões: Dia D e
Hora H.
O
Dia D foi 6 de Junho de 1944 e a Hora H foi às 6 da manhã. A operação de
invasão envolveu 3 milhões de soldados, 5.339 embarcações, 11 mil aviões e 15
mil tanques e veículos blindados. Morreram 80.295 soldados alemães, 34.417
soldados aliados e 12.850 civis franceses. Foi a operação militar mais espetacular
de todos os tempos.
A
expressão é muuuuito antiga. No Império Romano, nas festas, os convidados eram
obrigados a entrar no salão “dextro pede” (com o pé direito). Assim, evitariam
má sorte.
A
criação de ”Errare humanum est” é atribuída ao escritor latino Sêneca (4
a.C.-65 d.C.).
Provavelmente
nascida na Idade Média. ”Hip” viria de ”hep” (palavra formada pelas iniciais do
latim ”Hierosolyma est perdita”, cujo significado é ”Jerusalém caiu” ou
”Jerusalém está perdida”. ”Hurra”, por sua vez, viria de ”Hu-raj!” (exclamação
eslava que significa ”Para o paraíso!”. Se assim for, pode-se dizer que ”Hip,
Hip, Hurra!” literalmente quer dizer ”Jerusalém está perdida e estamos a
caminho do paraíso”.
No
sentido figurado, fazer de alguma coisa um “bicho-de-sete-cabeças” é exagerar
na dificuldade de realizá-la, o que pode acontecer por receio ou por mera falta
de disposição. Algo muito complicado, de extrema dificuldade para sua execução
ou entendimento.
‘Na
mitologia, era uma serpente descomunal, com inúmeras cabeças, que habitava
região pantanosa de Lerna, na antiga Grécia. Destruir o terrível monstro era um
dos 12 trabalhos de Hércules, o grande herói que se submetera à tarefa para recuperar a sua honra. A
cada cabeça cortada outras mais renasciam do corpo do monstro. Hércules
conseguiu cortar todas as cabeças e impedir que outras surgissem, cauterizando
(queimando) cada ponto com enormes tições tirados de uma floresta em chamas,
explica o professor Ari Riboldi. Para muitos autores, a serpente tinha sete
cabeças, o que veio a consagrar a expressão.
Você
lembra-se do aniversário de todos os amigos e nem precisa da agenda do telemóvel para ligar para o primo do interior?
Então você tem a memória de elefante. O elefante é um bom aprendiz e lembra de
tudo o que lhe é ensinado. Assimila e repete com facilidade inúmeros comandos,
afirma o professor Ari Riboldi.
Assim,
costuma-se dizer que uma pessoa que, prontamente, se lembra de tudo possui
memória de elefante. Nada a ver com o tamanho do animal, mas sim com sua
capacidade de repetir ordens e comandos.
Quem
está com minhocas na cabeça, está se preocupando à toa. Mas o que esse bichinho
tem a ver com os seus problemas? Segundo o professor Ari Riboldi, a expressão é
uma metáfora do que as minhocas fazem na terra. A sua presença num terreno
representa a certeza de fertilidade do solo. Elas transformam os vegetais em
húmus e, pela sua ação perfuradora, facilitam a passagem e infiltração da água, afirma.
As
indesejáveis são as minhocas da nossa cabeça, preocupações inúteis, mas que
podem nos tirar o sono. Para nos livrarmos delas, somente tirando-as de lá, ou
seja, literalmente extraindo-as desse solo impróprio, compara. A expressão
retrata a ação das minhocas perfurando o solo.
Você
é o rei da piada sem graça, uma mala sem alça, grosseiro ou estraga prazeres? É
aquele que interfere, geralmente, no sentido de criar embaraços ou de agravar
situações que já são difíceis? Pois você tem o espírito de porco. ‘A origem vem
da má fama do porco, embora injusta, sempre associado à falta de higiene, à
sujeira e, inclusive, à impureza, ao pecado e ao demónio, conforme alusões
feitas no texto bíblico do Antigo e do Novo Testamento’, explica Ari Riboldi.
No
período da escravidão, a má fama do porco foi reforçada. Nenhum dos escravos
queria ter a tarefa de matar os porcos nas fazendas, o que faziam muito a
contragosto. A morte era dolorosa: uma facada profunda em direção ao coração,
sangue jorrando e gritos do animal, aos poucos, esvaindo-se até morrer. Entre
os escravos, havia a crença de que o espírito do porco ficava no corpo de quem
o matava e o atormentava pelo resto de seus dias. Nesse caso, o matador dos
porcos ficava para sempre possuído pelo espírito deles, conta Riboldi.
Em
algumas culturas, por influência da religião, acredita-se que certas palavras,
como demónio, diabo, satã, são portadoras de má sorte. Fazem parte dos tabus
linguísticos e devem, portanto, ser evitadas. A simples pronúncia poderia
trazer mau agouro, atrair a ira de um deus ou de entidade sobrenatural. O povo,
na sua sabedoria, faz uso de outros vocábulos, uma espécie de eufemismo,
comenta o professor Ari Riboldi.
No
Nordeste brasileiro, por exemplo, o capeta é substituído pelo termo cão. Estar
com o cão é ter o diabo no corpo. Nessa região, é comum ouvir-se a expressão
‘cão chupando manga’ como sinônimo de algo muito feio, ou seja, como se fosse
ver o próprio capeta chupando manga e fazendo caretas. Em outras regiões, o
diabo é substituído pelo macaco ou pela sua fêmea. Logo, ‘estar com a macaca’
também é estar endiabrado, ser possuído pelo coisa-ruim, enfim, estar
endemoniado.
Lobo
em pele de cordeiro é o indivíduo que finge ser inocente e inofensivo – como se
fosse um cordeiro, o filhotinho do carneiro – para se aproveitar e tirar
vantagem dos desavisados, portando-se, então, como um lobo voraz e traiçoeiro. A
expressão teria vindo de uma lenda da Grécia Antiga. De acordo com essa lenda,
um lobo entrou num rebanho de ovelhas disfarçado, envolto numa pele de lã. Lá,
saciou a sua fome, devorando várias ovelhas indefesas, conta o professor Ari
Riboldi.
Quem
nunca se sentiu enganado por aquela oferta generosa e descobriu que, na
verdade, comprou gato por lebre? Dizem alguns historiadores que, em tempo de
guerra e de carestia, muitas pessoas conseguiam vender gatos no lugar de
lebres, como carne para alimento, dada a semelhança entre ambos após lhes
tirarem a pele.
‘De
tamanho e corpo parecidos, os velhacos deixavam a carne de gato na água e
temperada, o que disfarçava o seu cheiro e conseguiam passá-la adiante como se
fosse lebre’, explica o professor Ari Riboldi.
Pode
ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o
cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o
cavalo nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o
convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse
que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois
disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
A
expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a
produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre
burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de
estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas,
onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra
se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não
consegue ter sucesso naquilo.
A expressão inglesa “OK” (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa “0 Killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo “OK”.
Um
de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43
a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como A arte de amar e Metamorfoses, que
foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a
pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito
difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja
facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.
Estômago de avestruz: Aquele que come qualquer coisa. O estômago do avestruz é dotado de um poderoso suco gástrico que é capaz de dissolver até metais.
Lágrimas de crocodilo: É uma expressão bastante usada para se
referir a choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte
pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele
"chora" enquanto devora uma vítima.
Olhos de lince: Os filhotes só abrem os olhos com dez
dias de vida. Em compensação, quando crescem, os linces têm uma visão apurada.
Os povos mais antigos acreditam que esses animais conseguiam enxergar através
das paredes. Ter olhos de lince significa enxergar longe.
Quem fala de
mais, dá bom dia a cavalo: Algumas pessoas conversam tudo da própria vida
se arrependendo depois.
SERÁ LEONARDO DA VINCI FILHO DE UMA ESCRAVA CHINESA?

O
italiano, que vive e trabalha em Hong Kong há 20 anos, afirma que os documentos
que descobriu nos seus dois anos de pesquisa sobre as ligações entre a sua
terrra natal e a China ao longo dos últimos séculos serviram de base ao seu
último livro, Leonardo Da Vinci: A Chinese scholar lost in Renaissance Italy,
onde traça as ligações entre Da Vinci e o Extremo Oriente.
“Um
cliente do pai de Da Vinci tinha uma escrava chamada Caterina. Após 1452, ano
em que Leonardo nasceu, esta mulher desaparece de todos os documentos
existentes. Provavelmente terá deixado de trabalhar ali”, explicou o escritor
ao South China Morning Post.
O
pai de Leonardo da Vinci era notário e sabe-se que a sua mãe se chamava
Caterina. Julga-se que esta seria uma camponesa italiana, mas Angelo Paratico
discorda.
“Durante
o Renascimento, países como Itália e Espanha estavam cheios de escravos
orientais”, afirma, apontando que vários aspetos na vida de Leonardo da Vinci
sugerem uma ligação ao mundo oriental: tais como escrever com a mãe esquerda,
ou ser vegetariano.
Angelo
Paratico vai ainda mais longe: “Mona Lisa será, provavelmente, um retrato da
sua mãe, como sugeriu Freud em 1910. Por trás da Mona Lisa está pintada uma
paisagem oriental, até a sua cara tem traços orientais”, afirma.
O
historiador afirma que a única forma de resolver o mistério através do ADN dos
cadáveres de parentes do artista, enterrados em Florença.
A origem da burka
A burka, traje islâmico que cobre o rosto e corpo da mulher, tem a sua origem num culto à divindade Astarte, deusa do amor, da fertilidade e da sexualidade, na antiga Mesopotâmia.
Em homenagem à deusa do amor físico, todas as mulheres, sem excepção, tinham de se prostituir uma vez por ano, nos bosques sagrados em redor do templo da deusa.
Para cumprirem o preceito divino sem serem reconhecidas, as mulheres da alta sociedade acostumaram-se a usar um longo véu em proteção da sua identidade.
Com base nessa origem histórica, Mustapha Kemal Atatürk, fundador da moderna Turquia (1923 ? 1938), no quadro das profundas e revolucionárias reformas políticas, económica e culturais, que introduziu no país, desejoso de acabar de uma vez por todas com a burka, serviu-se de uma brilhante astúcia para calar a boca dos fundamentalistas da época.
Pôs definitivamente um fim à burka na Turquia com uma simples lei que determinava o seguinte:
«Com efeito imediato, todas as mulheres turcas têm o direito de se vestir como quiserem, no entanto todas as prostitutas devem usar a burka».
No dia seguinte, ninguém mais viu a burka na Turquia.
Essa lei ainda se mantém em vigor.
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