A Origem das
Expressões
Corredor
Polonês
Corredor
polonês é
uma expressão comumente utilizada para denominar uma passagem estreita formada
por duas fileiras de pessoas que se colocam lado a lado, uma defronte à outra,
com a intenção de castigar quem tenha de percorrê-la. A expressão faz
referência à região transferida por parte da Alemanha para a Polónia ao fim da
Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do Tratado de Versalhes. O
Corredor Polonês dividiu a Alemanha ao meio, isolando a Prússia Oriental do
resto do país. Através de uma extensão de 150 quilômetros e largura variável
entre 30 a 80 quilômetros, permitiu que os polacos circulassem livremente em
território alemão, bem como possibilitou o acesso da Polónia ao Mar Báltico.
Posteriormente, tanto o Corredor quanto a Prússia foram incorporados ao
território polaco. A disputa pela região do Corredor Polonês provocou inúmeros
atritos entre os dois países. Em 1939, durante a invasão da Alemanha à Polónia,
os polacos foram encurralados pelos alemães, os quais se posicionavam dos dois
lados do Corredor e atiravam contra os que estavam no meio.
Voto de Minerna
A expressão tem sua origem em uma história pertencente à mitologia grega. Agamenon, o comandante da Guerra de Troia, ofereceu a vida de uma filha em sacrifício aos deuses para conseguir a vitória do exército grego contra os troianos. A sua mulher, Clitemnestra, cega de ódio, assassinou-o. Com esses crimes, o deus Apolo ordenou que o outro filho de Agamenon, Orestes, matasse a própria mãe para vingar o pai. Orestes obedeceu, mas o seu crime também teria que ser vingado. Em vez de aplicar a pena, Apolo deu a Orestes o direito a um julgamento, o primeiro do mundo. A decisão, tomada por 12 cidadãos, terminou empatada. Chamada pelos gregos de Atenas (Minerva era o seu nome romano), a deusa da sabedoria proferiu o seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão Voto de Minerva (também conhecida como "voto de desempate" ou "voto de qualidade").
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A
expressão vem do inglês honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens
recém-casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou
hidromel, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O
mel era considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida
deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período
passou a ser chamado de “lua de mel”.
A expressão "casa da mãe
Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde toda a gente pode entrar,
mandar, uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal
casa viveu no século XIV. Joana era condessa da Provença e rainha de Nápoles
(Itália). Teve a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os
bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia:
"o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". "Casa da
mãe Joana" virou sinónimo de prostíbulo (bordel), lugar onde impera a
bagunça.
A origem mais aceite para a expressão
está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século XIX. Eles
costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e
enxadas, além de animais, como vacas e porcos. Uma ferramenta poderia indicar
uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. Ao contrário,
chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma pessoa vai a
uma festa, mandam, os bons modos, que leve um presente. Se não o faz, diz-se
que “chegou com as mãos abanando”.
A história mais aceitável para
explicar a origem da expressão é proveniente das tradições hebraicas, onde os
bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados.
Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que o seu filho
menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso,
a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua
vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra”
significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Farinha do mesmo saco
"Homines sunt ejusdem
farinae" (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa
expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora
(comparação) faz referência ao facto de a farinha de boa qualidade ser posta em
sacos separados, para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim,
utilizar a expressão "farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons
andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.
A expressão teve origem nas cenas de
pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e
chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as
pessoas ficavam com dores nos cotovelos. Atualmente, é muito comum utilizar
essa expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada
por uma deceção amorosa.
Quando a fotografia foi inventada, a
impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos nossos dias.
Na metade do século XIX, os fotografados tinham de permanecer parados até 15
minutos, a fim de que a sua imagem fosse impressa dentro da máquina. Fazer as
crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso,
gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos, o que chamava a
atenção dos pequenos. Assim, a expressão “Olha o passarinho” ficou conhecida
como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a foto.
Antigamente, os barbeiros eram
conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por
desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre
outros. Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos
clientes. No século XV, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal
executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas. Daí a
expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista.
Para falar que algo nunca foi usado ou
que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está "novo em
folha". A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois
de se machucar ou enfrentar uma doença, está curado. A origem dessa expressão
baseia-se em folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados, encontradas
em livros novos, recém-impressos. Assim, trata-se de livros “novos em folha”.
Esta expressão não é brasileira nem
restrita à língua portuguesa. Vários outros idiomas também utilizam-na para
designar alguém que destoa de um grupo, assim como uma ovelha da cor preta se
diferencia num rebanho de animais brancos. Na Antiguidade, os animais pretos
eram considerados maléficos e, por isso, sacrificados em oferenda aos deuses ou
para acertar certos acordos. Daí o hábito de chamar de "ovelha negra"
aqueles que se diferenciam por desagradar e chocar aos demais.
Guardar a sete chaves
No século 13, os baús eram usados para
guardar joias e documentos da corte de Portugal. Cada baú tinha quatro
fechaduras e era aberto por quatro chaves distribuídas entre funcionários do
reino. Com o tempo, os baús caíram em desuso. E algo que antes estava bem
“guardado a quatro chaves”, passou a ser “guardado a sete chaves”, devido ao
misticismo associado ao número 7. Esse misticismo originou-se nas religiões
primitivas babilônicas e egípcias, que cultuavam os sete planetas conhecidos na
época. Assim, a expressão “guardar a sete chaves” está relacionada ao ato de
guardar algo com segurança e sob sigilo absoluto.
Corrente tanto no português do Brasil
como em Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para
falar de alguma coisa descrita nos seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo
brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou
seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Na sua
origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta
ou dívida paga até à última moeda. Assim, quando queremos obter informações
precisas sobre algum facto ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo,
tintim por tintim”.
Expressão que se refere à pessoa que
se faz de boazinha, mas que não é. Nos séculos XVIII e XIV, os contrabandistas
de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos, ocas
por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para
Portugal.
Significava pessoas sem bens, sem
posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde os grãos ficam ao ar
livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o
vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada.
Idalina
Pita